sábado, 23 de março de 2013

Técnicos comunitários melhoram a produção rural
Edição 253 - Nov/06

Laboratório de mel atua no interior do Piauí em apoio aos apicultores familiares
Em 2001, o sucesso dos agentes comunitários de saúde no combate à mortalidade infantil inspirou a criação de experiência semelhante na Paraíba. Jovens da própria comunidade foram capacitados para melhorar a criação de caprinos e ovinos com a finalidade de abastecer miniusinas de beneficiamento de leite de cabra instaladas em cinco municípios da região do Cariri. A iniciativa foi repetida em outros estados para atender apicultores familiares. Hoje, o país conta com cerca de 700 Agentes de Desenvolvimento Rural (ADRs) em apicultura e ovinocaprinocultura, espalhados em 15 estados. De 26 a 27 de outubro, aconteceu o primeiro Encontro Nacional de Agentes de Desenvolvimento Rural, na cidade de Campina Grande, na Paraíba, para reforçar a importância do papel deles em atividades rurais sustentáveis. A promoção é do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Banco do Brasil.
Já são 700 Agentes de Desenvolvimento Rural atuando em apicultura e ovinocaprinocultura
"Antes das visitas do ADR, eu só tinha 20 cabras e nem dava valor ao leite, que servia de alimento para os outros animais", conta Alfredo Queiroz, produtor do município de Monteiro (PB). "Meu rebanho ganhou qualidade, já tenho cem animais e uma produção média de 20 litros de leite por dia, que forneço para a usina. E quero produzir ainda mais!"
Antes disso, cerca de 2.000 criadores de caprinos e ovinos enfrentavam problemas de produção nos municípios de Monteiro, Zabelê, Cabaceiras, Prata e São Sebastião do Umbuzeiro. A produção melhorou bastante com a ajuda dos ADRs, que levam aos produtores dicas simples de higiene, vacinação, ordenha, limpeza das instalações, controle zootécnico e armazenamento adequado do leite. Agora, o leite de cabra é consumido na merenda escolar pelos estudantes de escolas públicas da região.
Comparativo de produção
Comparação da produção média em dez comunidades do município de São Raimundo Nonato (PI) - cinco sem Agntes de Desenvolvimento Rural (ADRs) e cinco com ADRs
Fonte: Sebrae-PI


Os ADRs são em geral jovens da própria comunidade, como ocorre em Rondônia
Em parceria com a Fundação Banco do Brasil, o Sebrae investe na formação e aperfeiçoamento dos ADRs, que contam com nove bodemóveis e um laboratório de mel ambulante para atender os produtores.
A experiência é um dos projetos incluídos na Rede de Tecnologia Social (RTS). Trata-se de uma iniciativa do Governo Federal, lançada em 14 de abril de 2005, em conjunto com instituições e a comunidade, para a reaplicação de produtos, técnicas ou metodologias, desenvolvidas em interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.
"É impossível ter um empreendimento sustentável sem conhecimento", assinala o gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae, Juarez de Paula. No Encontro, ele falou sobre a importância do ADR no desenvolvimento local. O evento contará também com oficinas de apicultura e ovinocaprinocultura e com palestras de vários especialistas, como o economista Márcio Pochmann, do Instituto de Economia da Unicamp. "O ADR significa acesso à tecnologia, é difusão tecnológica", destaca o gerente.
A idéia dos ADRs foi encampada por prefeituras, governos estaduais, cooperativas e associações de produtores. Em geral, eles são recrutados nas próprias comunidades, capacitados sobre questões técnicas e supervisionados por profissionais. Cada um tem a tarefa de visitar e dar assistência de 20 a 30 produtores rurais. Sua missão é orientá-los, a fim de que possam alcançar uma produção de caráter empresarial.
Mais informações:
www.sebrae.com.br
www.aprisco.sebrae.com.br

Elenilda: a primeira ADR de apicultura
No chamado Corredor do Mel, no nordeste do Pará, apicultores conseguiram alcançar em dois anos altos índices de produtividade, chegando a 40 quilos de mel por colméia. Boa parte desse resultado se deve à atuação dos ADRs. Elenilda Magalhães, de Ourém, tornou-se a primeira mulher a atuar como apicultora. Agente de Desenvolvimento Rural (ADR) de apicultora. Há cinco anos, ela enfrentou preconceitos para entrar na atividade, tradicionalmente masculina. Em outubro do ano passado, ela participou de curso e acabou ficando com a vaga. "O apicultor que foi treinado precisou sair e, então, eu fiquei no lugar dele", lembra a ADR.


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